Para os cuidados e tratamentos de pacientes na UTI, convivemos diariamente em um ambiente multidisciplinar. São equipes de Enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, entre outros. Apresentamos abaixo um resumo sobre a forma como cada equipe pode acrescentar conhecimentos e melhorias ao tratamento dos pacientes.
Em uma UTI, paciente, família e profissional estão ininterruptamente em interação, sendo interpelados por circunstâncias difíceis, geradoras de sofrimento. As situações que paciente e família vivenciam numa UTI acarretam em diferentes reações emocionais (específicas para cada história de vida). Ao mesmo tempo, a própria condição emocional do paciente e sua família influencia a forma como a rotina de tratamento é recebida, interpretada e experimentada por eles. Como os fatores psicológicos participam deste contexto, o psicólogo é o profissional que auxilia no manejo e cuidado dos mesmos, a partir de diferentes métodos de trabalho. Entre os objetivos da atuação do psicólogo na UTI, pode-se citar: acolhimento emocional ao sofrimento, desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento de situações difíceis, auxílio para que o paciente possa se adaptar às necessidades do tratamento e o tratamento possa ser adaptado às necessidades de cada paciente, compreensão dos fatores emocionais que podem interferir/dificultar o processo de reabilitação, favorecimento da comunicação entre paciente-família-equipe, além de intervenções em conjunturas específicas, como: questões bioéticas, comunicação de más notícias, entre outros.
Na área hospitalar o fonoaudiólogo integra a equipe multiprofissional e atua principalmente no gerenciamento dos distúrbios da deglutição, pois são profissionais habilitados para avaliar e reabilitar as alterações motoras orais e cervicais, assim como orientar cuidadores e equipe multidisciplinar sobre a reintrodução ou manutenção de dieta por via oral e os riscos para a disfagia. A disfagia tem alta incidência e prevalência e contribui para o aumento dos índices de mortalidade, morbidade, no tempo de permanência hospitalar, nos custos hospitalares com internações e com readmissões em decorrência das complicações na deglutição e principalmente, para redução da qualidade de vida dos pacientes e cuidadores. Desta forma, o estabelecimento de diagnósticos adequados, prognósticos e tratamentos são fundamentais. Para evitar complicações causadas pela disfagia, a identificação precoce de pacientes com distúrbio de deglutição é necessária, para redução na taxa de incidência de pneumonia e outras complicações, priorizando os atendimentos, estabelecendo condutas adequadas e o retorno mais breve e seguro para a alimentação oral.
Ao enfermeiro de terapia intensiva compete cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde. Esse cuidado inclui obter a história do paciente, fazer exame físico, planejar e executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde, e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas.¹ Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente, analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão.² O enfermeiro que atua nesta unidade necessita ter conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente Compete ainda a este profissional avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em equipe, a eficácia e custo-efetividade.
É a especialidade médica que presta suporte avançado de vida a pacientes com desarranjo agudo de alguma função vital. O médico intensivista é quem monitora as funções orgânicas e percebe alterações em fases iniciais de determinadas doenças. Assim, é possível intervir decisivamente no prognóstico dos pacientes que se encontram em estados graves, anteriormente com pouca ou nenhuma chance de sobrevivência. É dessa área da medicina a responsabilidade pelo cuidado das Unidades de Terapia Intensiva (UTI).